“Nessa vida aprendi a valorizar as pequenas coisas, como uma simples conversa numa noite fria, a brincadeira despretensiosa de um felino, o sorriso das pessoas com quem convivemos, a comida quente na mesa ou mesmo o simples modo de alguém que toma água, café ou chá, o sorriso sincero das pessoas que nos rodeiam, entre outras coisas”, João Nunes.
João Nunes da Silva
Doutor em comunicação e cultura contemporâneas, Mestre em Sociologia e professor da UFT Campus de Arraias. Trabalha como projeto em cinema e educação
Tendo alcançado já meio século de vida hoje me deparei pensando sobre os seus ensinamentos ou sobre as lições que a vida nos dá. Quando era mais novo, como se costuma dizer lá na minha terra natal, não conseguia entender por que razão tantas pessoas se referiam a vida como algo muito difícil, com seus vários percalços e aflições, embora se perceba também momentos de felicidade.
Vejo a vida como uma grande escola que atua implacavelmente nos ensinando o que é bom e o que é ruim de modo e que só aprendemos com a experiências as quais nem sempre são doces.
Como estudante na vida me deparei com meus sonhos, muitos sonhos; era um menino feliz e não sabia e como diz a música, era “inocente, puro e besta” num mundo onde não há lugar para a ingenuidade.
Me dei conta de que a malícia, no bom sentido do termo, que se refere a percepção clara de como a sociedade é estruturada e o modo como as coisas funcionam e fazem as pessoas agirem conforme seus interesses é fundamental.
Aprendi também que amar é fundamental, mas se amar é indispensável, pois quando nos amamos sabemos dos nossos limites para decidir quando o amor vale a pena e assim não deixamos que o outro nos penalize.
Quando não sabemos a diferença entre amar e se amar corremos o risco de nos iludir com a projeção do amor, como na alegoria da caverna que se confundem as sombras com a realidade.
Nessa vida aprendi a valorizar as pequenas coisas, como uma simples conversa numa noite fria, a brincadeira despretensiosa de um felino, o sorriso das pessoas com quem convivemos, a comida quente na mesa ou mesmo o simples modo de alguém que toma água, café ou chá, o sorriso sincero das pessoas que nos rodeiam, entre outras coisas.
Bonito é vê a alegria sincera das pessoas, o festejar dos pássaros ao entardecer e a disposição dos trabalhadores para fazerem valer o seu dia.
Aprendi não esperar muito dos outros, pois cada um dá o que tem, conforme já me dizia um grande sábio; se cada um dá o que tem, nunca espere de alguém o que você deseja; assim não se decepcionará tanto e saberá melhor lidar com os percalços.
Se você ama alguém, ame, mas conheça bem seus limites, pois assim não terá tantas desilusões e saberá agir com a razão no momento oportuno.
A vida ensina a arte de amar e você é o principal aprendiz.
Ame as pessoas, seus amigos e familiares, principalmente e respeite os sentimentos alheios; seja cauteloso nas escolhas das amizades e do seu amor, mas se não puder amar a quem te ama, respeite-o e não abuse.
Cada ser humano deve saber claramente o que quer na vida, mas se não sabe o que quer não escolha aquilo que não tem certeza; a velha frase “ na dúvida não ultrapasse” serve também para o trânsito da vida.
Não se iluda com as aparências, pois em tudo o que se vê há muito mais do que não se vê.