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Notícias » Opinião: O discurso de ódio e a misoginia
Notícias

Opinião: O discurso de ódio e a misoginia

Atitude TocantinsPor Atitude Tocantins2 de janeiro de 2017 - 20:115 minutos de leitura
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“Os comerciais de bebidas alcoólicas, praticamente todos, não apresentam outro lugar para as mulheres a não ser o de objeto sexual para os homens. No cinema, se você prestar bem atenção verá que em poucos as mulheres são mostradas como donas de si, como quem sabe  o que quer; em geral só existem em cena por causa dos homens”. João Nunes.


João Nunes da Silva

Doutor em comunicação e cultura contemporâneas, Mestre em Sociologia e professor da UFT Campus de Arraias. Trabalha como projeto em cinema e educação


Li estarrecido e triste a notícia sobre um homem que na festa de reveillon, em Campinas- SP- assassinou 12 pessoas, dentre elas nove mulheres e em seguida deu fim a sua vida. O mais triste, depois, foi ler trechos da carta do homicida, movido pelo ódio em relação às mulheres e aos  direitos humanos.

Quem com sã consciência teve a oportunidade, e a coragem, de ler a carta daquele que estava totalmente possuído pelo ódio a ponto de praticar tamanha barbaridade, como foi amplamente divulgado pela imprensa, deve se perguntar, no mínimo, como cabe tanto ódio numa pessoa e quais os fatores que alimentam tanto ódio.

Mas o pior de tudo é que esse ódio não é apenas de uma pessoa e não se configura exatamente num caso particular; casos como esses, que se repetem não são casos isolados e muito menos devem ser considerados como loucura de um ou de outro indivíduo.

A tragédia de Campinas, protagonizada por um homem, não é um simples caso e muito menos deve ser visto como um caso isolado; tal tragédia, ocorrida, infelizmente representa a tragédia humana movida pelo ódio às mulheres.

discurso-de-ódio-1 Opinião: O discurso de ódio e a misoginiaEsse crime de ódio tem o nome de misoginia, que se refere ao ódio imenso contra as mulheres; esse ódio que foi produzido ao longo do tempo e criteriosamente alimentado pelas instituições, mais precisamente a religião, tem sido cada vez mais evidente, mas, na maioria das religiões a mulher é colocada em segundo plano.

Sim, todas as instituições foram demasiadamente criadas pelos homens, os quais, na sua ignorância e medo da fêmea, tiveram a “brilhante” idéia de criar um mundo onde somente os machos têm vez; a própria escritura tida como sagrada está repleta de trechos nos quais se evidenciam a fraqueza e o medo dos homens no que diz respeito às mulheres.

A misoginia foi legitimada, também, pela ciência, pela medicina e pelos diversos homens – políticos, escritores, lideres religiosos, entre outros.

Ao longo da história o lugar reservado às mulheres foi, e ainda é, o de mero coadjuvante. Na igreja, na ciência, na política, no judiciário, no cinema, na literatura, e seja lá onde for, o lugar reservado para a mulher é o de servir.

Assim tem sido evidenciado a cada instante no mundo o quanto a mulher é tida como algo perigoso, ofensivo e que deve ser sempre controlada; observe que na TV as mulheres estão sempre colocadas para servir aos homens.

Se você tiver a curiosidade de assistir alguns filmes já produzidos, principalmente a partir dos primeiros anos do surgimento da TV, verá que, praticamente em todos, a mulher é caracterizada como um bichinho animado, dócil, inocente e útil que precisa sempre de um homem para protegê-la; é como se elas não tivessem vida própria e até mesmo como se tivessem surgido para serem verdadeiros bichinhos de animação. Em alguns filmes elas sequer sabem falar direito e apenas colocam o dedinho na boca para satisfazer o falocentrismo dos homens.

Ainda hoje todo o marketing, propagandas e peças publicitárias demonstram claramente que, na cabeça dos homens, as mulheres nasceram para serem  objetos para satisfação de seus desejos e para servir-lhes por toda a vida,  sempre com aquele sorriso, como quem diz que não é ninguém sem um homem ao seu lado.

Os comerciais de bebidas alcoólicas, praticamente todos, não apresentam outro lugar para as mulheres a não ser o de objeto sexual para os homens. No cinema, se você prestar bem atenção verá que em poucos as mulheres são mostradas como donas de si, como quem sabe  o que quer; em geral só existem em cena por causa dos homens.

Hoje o discurso de ódio vai além, principalmente por parte dos meios de comunicações de massa; a coisa está cada vez mais clara o quanto a  misoginia tem sido alimentada pelas instituições sociais e difundida pela mídia.

Todo o ódio contra as mulheres fica mais evidente inclusive com a perseguição aos gays, aos trans e afins. Por exemplo, podemos dizer que o ódio demonstrado por meio da homofobia significa o ódio duplicado (ou elevado ao cubo) contra aqueles que nasceram com uma genitália masculina e ousaram se comportar como mulheres; há na cabeça dos homofóbicos e inseguros, a idéia de que se a mulher é considerada um ser inferior imagine um homem que se coloca como mulher? Aí o crime é duplicado. Isso na cabeça desequilibrada dos homens os quais tiveram todo o aparato institucional ao longo da história da humanidade, para se comportarem como os superiores, e ai daqueles que se comportam como mulheres.

Toda misoginia e homofobia são legitimadas pelos discursos e práticas que insistem em colocar a mulher como ser inferior; e tudo passa a ser lugar comum por meio de piadas de mau gosto, sorrisos falsos, falsas demonstrações de gentilezas e falsos romantismos.

Ao longo da história as mulheres fortes e ousadas foram colocadas como bruxas, vadias e perigosas.

Duas perguntas para finalizar: se as mulheres são tão “inferiores” porque elas provocam tanto medo a certos homens? Onde está então a fraqueza desse ser?

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