A primeira cidade do norte goiano depois da divisa com o Tocantins, sentido sul, vive problemas de gestões públicas semelhantes enfrentados no Tocantins. Um exemplo é a rodoviária de Porangatu, conforme relatam moradores em vídeo a sua precariedade, localizada em um estado que teve seu PIB elevado 10 vezes nos últimos 20 anos, somando R$ 200 bilhões, enquanto o Tocantins possuiu PIB de R$ 31,6 bilhões.
por Wesley Silas
O tempo passa, mas velhos problemas continuam insanáveis, principalmente quando deveria ter a mão do poder público no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas. O rico estado de Goiás vive um paradoxo entre o desenvolvimento privado. Em 2017 suas indústrias ficaram em primeiro lugar e a safra de grãos cresceu acima da média brasileira, e Estado ficou em segundo lugar na geração de empregos e nos últimos 20 anos teve crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 10 vezes, passando de R$ 17 bilhões para R$ 200 bilhões. Enquanto isso, aqui no antigo norte goiano, dados divulgados em novembro de 2018 também mostram que o Tocantins, com o forte braço do argro, se destacou entre os anos de 2002 a 2016, somando um crescimento de 113,4% nos último 14 anos, alcançando a primeira colocação em crescimento, dentre os estados brasileiros. Mas, mesmo assim está distante de Goiás e, conforme o IBGE, o Tocantins possuiu PIB de R$ 31,6 bilhões.
Assim como no Tocantins, no estado de Goiás os velhos problemas que já deveriam ter sido solucionados pelo poder público, dentre elas as condições das rodoviárias do interior, como na cidade de Porangatu, a situação não é diferente do Tocantins que vive situação semelhante devido a falta de investimentos, conforme relatou moradores de Porangatu no vídeo abaixo em que um morador dar um bronca no prefeito da cidade:
Apesar de ser um estado rico, a falha na gestão fiscal em Goiás nos últimos anos fez com que o governador, Ronaldo Caiado (DEM) decretasse na semana passada estado de calamidade financeira e pediu para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a inclusão de Goiás no regime de recuperação fiscal (RRF), num estado que 70% da receita corrente líquida é gasto com pessoal e com déficit de gasto público no valor de R$ 3,4 bilhões.
Apesar do mar de força econômica que separa os dois estado, o Tocantins estava também caminhando para se afogar na questão fiscal e em 2018 chegou a ter nota D, considerado como calamidade financeira na capacidade de pagamento e estava inapto a receber o aval Tesouro Nacional para operação de créditos. Desde então o governo começou a cortar na carne com redução drástica de cargos comissionados e redução despesas e enxugou secretarias. Conforme noticiou o governador Mauro Carlesse, o resultado foi rápido e durante visita ao o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governador Carlesse, pediu agilidade na declaração de reenquadramento do Estado, pois conforme Carlesse, o Tocantins cumpriu suas obrigações fiscais ao reduzir despesas e apresentou dados que comprovam que o Tocantins já pode ser elevado até mesmo para a classificação A da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e assim, ter acesso ao financiamento da Caixa Econômica Federal de cerca de R$ 600 milhões, que já foi aprovado e terá os recursos liberados assim que o Estado melhorar a atual avaliação na STN.