A audiência pública ocorrida nesta terça-feira, 03, em Gurupi sobre a nova concessão da BR-153 não trouxe boas notícias para o Tocantins. O balde de água fria aconteceu após a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) comunicar que a duplicação do trecho no Tocantins só acontecerá por volta do “vigésimo ano” da concessão.
Por Régis Caio
A reunião teve como objetivo tornar público, colher sugestões e contribuições às minutas de Edital e Contrato, ao Programa de Exploração da Rodovia e aos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental – EVTEA, para concessão da rodovia BR-153/414/080/TO/GO, no trecho da BR-153/TO/GO de 624,1 km, entre o entroncamento com a TO-070 (Aliança do Tocantins) até o entroncamento com a BR-060 (Anápolis); no trecho da BR-414/GO de 139,6 km, entre o entroncamento com a BR-080/GO-230(A)/324 (Assunção de Goiás) até o entroncamento com a BR-153/GO-222/330 (Anápolis); no trecho da BR-080/GO de 87 km, entre o entroncamento com a BR-414/GO-230(B) (Assunção de Goiás) até o entroncamento com a BR-153(A)/GO-342(B).
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Porém a audiência não foi bem digerida por empresários, políticos e engenheiros da região sul do estado que estiveram presentes no evento. Ao Portal Atitude, prefeitos da região impactados pela BR-153 lamentaram por não serem convidados para participarem da audiência.
“Faltou também divulgação e convite aos interessados. Meu município não recebeu nenhum convite para participar”, disse o prefeito de Figueirópolis, Fernandes. Em Gurupi, o prefeito municipal não esteve participando, mas foi representado pelo diretor de trânsito, Leon Barcelos. Representando a Câmara Municipal, estiveram na audiência os vereadores André Caixeta (PSB) e Sargento Jenilson (PRTB).
“É inadmissível que teremos que esperar mais 16 anos para sair essa duplicação da BR na parte do estado do Tocantins, quantas e quantas vidas foram ceifadas por falta dessa obra e péssima conservação. Gurupi é cidade polo de nossa região Sul, aqui temos o encontro da BR-153 e BR-242 e estaremos buscando junto ao Governo do Estado, nossa bancada federal e senadores e ANTT, que reveja esse projeto. O mínimo que pode ser feito é ter duas frentes de serviços uma vinda de Goiás e outra do Tocantins. E queremos que o presidente da República e órgãos competentes, sejam sensíveis a essa justa causa”, disse o vereador André Caixeta.
Já o presidente da Associação Comercial e Industrial de Gurupi (Acig), Adailton Fonseca, lamentou que o trecho no Tocantins será duplicado somente por volta do vigésimo ano. “Recebemos este projeto como extrema insatisfação, pois se comparado ao anterior, onde além de sermos contemplados com a alça viária que não existe agora, ainda teríamos as obras todas executadas ao final de 6 anos, no novo formato o trecho tocantinense será penalizado, em detrimento ao restante que vai ser duplicado em Goiás, se não houver alterações neste projeto, talvez não valha a pena essa duplicação de Talismã a Aliança, talvez seja melhor sermos tratados em um processo separado de concessão, pois pagaremos por algo que não receberemos”. disse Fonseca.
Presidente da ACIG, Adailton Fonseca, protesta contra a proposta da ANTT sobre concessão da BR-153