Em uma nota de poucas linhas, a deputada federal, Dulce Miranda (MDB) saiu em defesa do seu marido, o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) preso hoje pela Polícia Federal na Operação “12º Trabalho”, que levou também a prisão do seu sogro Brito Miranda e encontra-se na superintendência da Polícia Federal do Tocantins, onde aguardam audiência de custódia. Os três Mirandas também são citados na decisão do juiz federal, João Paulo Abe, possível participação no assassinato de três homens na própria Fazenda Ouro Verde, em São Félix do Xingu/PA.
por Wesley Silas
“A respeito das acusações que pairam sobre meu marido, eu não tenho acesso ao processo investigativo. Como esposa e mãe dos meus filhos, eu tenho plena convicção da inocência e da integridade do meu marido Marcelo Miranda. Estendo esta mesma confiança ao meu sogro Brito Miranda e ao meu cunhado Júnior”, disse a deputada federal, esposa do ex-vice governador Marcelo Miranda.
Denúncias graves
As investigações da Polícia Federal, apontam Marcelo Miranda e seu pai, Brito Miranda, juntamente com o seu irmão Brito Júnior, são suspeitos de manter um sofisticado esquema para a prática constante e reiterada de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais.
A decisão do juiz federal, João Paulo Abe, descreve que, conforme delação premiada do suposto laranja da família Miranda, Alexandre Fleury, aponta que ex-governador Marcelo Miranda, seu pai e irmão, Brito Júnior, juntos teriam possível participação dos assassinatos de Warlyson Gomes de Souza, Neriva Nava Fontineli e Igor Lázaro Alves de Sousa nas imediações e na própria Fazenda Ouro Verde, em São Félix do Xingu/PA.
O suposto esquema de corrupção, citado na decisão do juiz federal, João Paulo Abe cita a participação do desembargador Ronaldo Eurípedes, do Tribunal de Justiça do Tocantins em que a Polícia Federal identificou suspeitas de que a ligação entre o Desembargador Ronaldo e o então Governador Marcelo Miranda teria como ponto de sustentação empresa CONSTRUARTE, controlada pela Família Miranda “beneficiada com um contrato de reforma de escolas públicas, da ordem de R$ 2.120.921,30, pendendo sobre tal contrato suspeitas de direcionamento e de fraude à licitação (art. 90 da Lei 8.666/93)”.