Mesmo com reveses na economia nacional e no mercado externo, o país cresceu em área comercializada, totalizando 193,9 milhões de metros quadrados exportados, o que significa 3,8% a mais do que em 2015. Na distribuição por estado na exportação de couro o Tocantins ocupa a 12ª posição e elevando de US$ 13.459.068 em 2015 para US$ 20.639.777 em 2016 e foi um dos poucos Estados exportadores com saldo positivo.
A análise é da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
É unânime na indústria de couros a avaliação de que 2016 foi um ano muito difícil, em especial em função da queda dos preços no mercado internacional, da diminuição do consumo na China (principal cliente do Brasil), além da instabilidade política brasileira e a flutuação cambial. Estes fatores, explica o presidente executivo do CICB, José Fernando Belo, criaram um ambiente desfavorável à exportação, o que, para o Brasil, tem impacto muito negativo em função de o país vender mais de 70% de sua produção ao mercado externo (77 países ao todo compraram o couro brasileiro em 2016).
“Foi um ano de muito trabalho, com extensa ação internacional para que pudéssemos chegar a estes números”, afirma Bello. Ele cita que houve atividades intensivas dos empresários em feiras, visitas a clientes e missões empresariais durante todo o ano para a abertura de novos mercados e captação de pedidos para a manutenção das plantas em bom fluxo de produção.
De acordo com levantamento feito pelo CICB, o Tocantins, que conta com participação de 1% nas exportações teve crescimento 53,4%, enquanto estados como Rio Grande do Sul que tem participação de 21% no mercado teve queda de 13,0%, São Paulo com participação de 20,9% no mercado teve queda de 13,6% e Goiás com participação de 15% no mercado teve queda nas exportações de couros e peles de 6,1%. O estado do Pará que ocupa a 11ª posição, com 2,4% de participação no mercado foi o que teve maior queda chegando a 31,1%.
Sobre o ranking por tipo de couro exportado, há destaque expressivo para os couros semiacabados e acabados no resultado final de 2016: crescimento em área de 54,3% e 8,7%, respectivamente. Trata-se de um dado positivo em função dos objetivos de ascensão da participação dos couros de maior valor agregado do Brasil no mercado externo. Por seu turno, a venda de couros no estágio wet blue, com menor valor agregado, caiu 1,7%. Outro dado interessante a destacar é a avaliação sobre as exportações desconsiderando o couro salgado e a raspa de wet blue (excedente a partir do couro): mostram que o país cresceu 8,4% em metragem, reduzindo sua queda em valores para 8,5%.
Para 2017, a previsão das vendas de couros compreende um crescimento de 5% em área, de acordo com Bello.
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