Fruto nativo do Cerrado, o Pequi está presente na vegetação de quase todas as regiões do País. O que pouca gente sabe é que, dependendo da sua origem, ele pode apresentar diferenças nutricionais. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) analisou pequis dos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais e concluiu que o fruto coletado no Tocantins é o menos calórico e o que contém mais cálcio. Já os pequis coletados no norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso apresentam polpa mais gordurosa.
As variações foram encontradas em frutos da mesma espécie, porém oriundos de áreas diferentes do Cerrado. Segundo a responsável pelo estudo e professora da Faculdade de Nutrição da UFG, Maria Margareth Veloso Naves, é raro existir esse tipo de diferença em frutos da mesma espécie: “É mais comum que isso ocorra com micronutrientes, como vitaminas e minerais, e não referentes a lipídios ou proteínas, por exemplo. Mas no pequi identificamos essa peculiaridade”.
![Foto4Pequi-300x162 UFG | Pesquisa constata que pequi do Tocantins é menos calórico Foto4Pequi-300x162 UFG | Pesquisa constata que pequi do Tocantins é menos calórico](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Foto4Pequi-300x162.jpg)
De acordo com os dados da pesquisa, três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, os frutos procedentes do Tocantins possuem teor de cálcio duas vezes maior do que o observado nas polpas dos frutos das outras áreas. Se comparado com outros frutos nativos como cupuaçu e graviola, a quantidade de cálcio chega a cinco vezes mais.
A boa notícia é que mesmo os pequis do norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso, que têm maior quantidade de lipídios, podem contribuir para a promoção e manutenção da saúde. Segundo o estudo, 60% dos lipídios do fruto são gorduras saudáveis, que reduzem o risco cardiovascular.
Mais coloridos e gordurosos
A pesquisa também observou a coloração dos frutos, que varia de acordo com a quantidade de carotenóides. Os pequis coletados no norte de Minas Gerais e Mato Grosso são mais laranja-avermelhados, ou seja, possuem mais dessa substância. Enquanto os frutos procedentes do Tocantins e Goiás têm polpa amarela clara, quase branca. Ao relacionar a quantidade de lipídios com a cor e o teor de carotenóides, a pesquisa concluiu que os pequis gordurosos são também os com coloração mais forte.
Agora, o próximo passo do estudo é avaliar os tipos de carotenóides presentes no fruto. “Queremos saber, em cada tipo de polpa, se os carotenóides são antioxidantes, se podem contribuir para retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a visão”, afirma Maria Margareth Veloso Naves.
Fonte : Ascom/UFG