“Não há nada tão ruim que não possa piorar”. Sem nenhuma comissão capaz de amenizar o desgaste político, a Lei de Murphy impera no Poder Legislativo de Gurupi e agora respinga no Poder Executivo que, até então, se mostrava distante da crise política instalada em Gurupi.
por Wesley Silas
Sessão após Sessão, vereadores de Gurupi se afundam em desgaste e se comprometem no uso da tribuna, onde acontece de tudo um pouco, até mesmo áudios gravados com indícios de compra de votos que vagam no Ciberespaço, complicando ainda mais o que já estava ruim.
A Casa continua uma Torre de Babel. Exemplos repetem dia após dia, como o da Sessão de hoje (26/10) durante bate-boca entre os vereadores envolvendo um suposto desvio de R$ 7 milhões da construção do Campus I da Unirg de gestões anteriores, chapiscando em muita gente (políticos e empreiteiras), inclusive alguns que já morreram, seguido por denúncias que alcançam muitos que estão vivos em suposta irregularidades no programa federal Minha Casa Minha Vida com favorecimentos a parentes de vereadores da base e comercialização de casas populares. São denúncias graves que deveriam ser apuradas com responsabilidade, sem leviandade.
Gerenciamento de crise
Com tamanha fenda na imagem, a presidência da Casa segue inerte, não consegue lidar com a crise e nem se comunicar pois, até o momento, não redigiu uma nota oficial com amparo jurídico em resposta às cobranças da sociedade gurupiense, colocando todos 13 vereadores e os eleitos, recentemente, no mesmo peso da balança da opinião pública que, neste momento de crise econômica, cobra por transparência e quer saber os motivos dos valores pagos a aluguéis de veículos, prédio da Casa, salários, como funciona o repasse e aplicação do duodécimo, etc…
Ouvidoria
Outro fato curioso é que tudo isso acontece depois que os atuais vereadores aprovaram, em março de 2016, a implantação de uma ouvidoria Geral na Câmara de Vereadores com a função de receber solicitações, reclamações, denúncias e elogios relacionados à organização e ao funcionamento da Casa.
Na época o presidente, Wendel Gomides, chegou a afirmar, via assessoria de imprensa, que a ouvidoria seria um canal de diálogo exigido pela sociedade. “Através dessa Ouvidoria queremos estimular a participação do cidadão no controle e avaliação dos serviços prestados”, disse na época, o presidente da Casa.
Vulnerável
Manter a calma é essencial em momento de crise, mas ao contrário do que ensina os manuais de gerenciamento de crise, os vereadores não conseguem controlar as emoções e se afogam aos olhos da sociedade que a cada dia está mais resolvida em puni-los, diminuindo seus salários. No entanto, oficialmente, a Casa de Leis se mantém em silêncio e não se manifesta na tentativa de convencer o contrário, e assim, possa remediar uma situação em que os anos já deram sinais e anunciaram a chegada deste problema; mas, até então, não houve ação de prevenção e medidas para reconquistar a confiança da sociedade.