Enquanto é aberto o inquérito que investiga o homicídio de João Marcelo dos Santos Rocha, de 16 anos, morto com quatro tiros que atingiram as costas, cabeça e a mão; algumas pessoas preocupadas com a onda de violência buscam entender as razões do problema e, talvez, poderão contribuir com ações para minimizar a violência urbana.
De acordo com a educadora de teatro, Elis Marinho Duarte de Santana, o adolescente João Marcelo, foi seu aluno por mais de seis meses e ela conviveu com ele na mesma Escola por dois anos, período em que ela buscou orientá-lo sobre o perigo das drogas.
“MEU ESPIRITO HOJE SE ENTRISTECE POR você João, não pela sua morte (enfim sua libertação desse mundo cruel e injusto); mas, pela angustia que me toma o coração em me sentir impotente diante isso tudo que te aconteceu e não ter conseguido te libertar dessa desgraça. Você foi mais que um simples” zuador” das minhas aulas de teatro, não só um ex-aluno, você foi alguém que despertou em mim, João, a vontade de lutar contra essas políticas que condenam e matam jovens na esperança de acabar com as Drogas. DROGA NÃO SE COMBATE SE PREVINE”; mas, Deus, em sua infinita bondade, tem uma explicação pra tudo. Prefiro acreditar que ele tem enfim, sua liberdade”, desabafou a professora em uma postagem em seu facebook.
Em entrevista ao Portal Atitude a professora alertou sobre a falta de afetividade entre os filho e seus pais na sociedade. “Em uma sociedade capitalista em que vivemos, cada vez mais os pais se vêem obrigados a trabalhem mais e mais para manter o sustento da família e esquecem que “nem só de pão vivem seus filhos”, mas, de dialogo, abraços, carinho e, acima de tudo, de presença”, disse.
No momento em que a família chora, boa parte da sociedade aplaude quando um usuário de drogas morre em circunstâncias que envolvem uma série de fatores sociais e pouco explorados, agravado pela falta de estrutura familiar e o Estado joga os problemas para as escolas, onde os professores se sentem impotentes diante a impossibilidade de fazer alguma transformação na conduta e na mente que mude o futuro de seus alunos. “Fico triste, por ter terminado assim, o respeito que ele tinha por nós era grande, pena que não conseguimos tirá-lo da vida ruim das drogas. Que Deus conforte sua família”, comentou uma outra ex-professora de João Marcelo.
Em busca da ordem social
As estatísticas não são boas e o resultado são pessoas com medo de andar nas ruas e vivem em suas casas e nos trabalhos apavoradas. Diante destes fatos, até hoje não vimos em Gurupi nenhum um posicionamento firme com estratégias preventivas, sem cunho político partidário, debatidos entre as entidades, autoridades, acadêmico, políticos e da população em geral sobre o combate efetivo da violência, tendo a participação das famílias e dos jovens para conseguir entender o que eles pensam sobre o assunto e o que fazer com o problema. Os dados comprovam ainda, que é mais cômodo deixar eles se matarem em uma fila que ninguém saberá quem será a próxima vitima em um jogo que coloca em risco a vida de muitas pessoas inocentes que podem está no lugar e na hora errada e sem a possibilidade de oferecer uma oportunidade para que estão vulneráveis ao vício de drogas ilícitas e à criminalidade.
“O esforço em diminuir a incidência de crimes envolve não só a ação policial ou assistencial, mas uma cooperação entre diversas áreas como o sistema educacional, de saúde pública, de Justiça Criminal, atividades culturais, condições de moradia e emprego etc. A articulação adequada dessas áreas, focada principalmente no público jovem, é o desafio para uma política de segurança pública que possa trazer resultados positivos”, resume Guilherme Almeida Borges, membro do núcleo de Estudos de Violência e Segurança da UNB, de Brasía (DF), no artigo “Violência urbana no Brasil” publicado em 2008.