“É preciso ter muito cuidado diante do discurso que “tudo é farinha do mesmo saco”, que “nenhum político presta”. Isso é típico de fascismo, pois quando alguém defende a idéia de que nada presta, que ninguém presta, nenhum político presta, ou coisa do tipo, logo se abre espaço para aventureiros que se destacam como lideranças diante de uma manada que não sabe para onde vai; e é exatamente isso que vivemos na atual realidade brasileira.” João Nunes
João Nunes da Silva
Doutor em comunicação e cultura contemporâneas, Mestre em Sociologia e professor da UFT Campus de Arraias. Trabalha como projeto em cinema e educação
O Fascismo é uma forma totalitária de vê o mundo que não permite de maneira alguma pensamento contrário; é eivado de ódio e de ignorância. Quem é fascista jamais assumirá como tal. Você provavelmente nunca vai vê alguém saindo por aí dizendo: eu sou fascista.
Percebe-se inclusive que boa parte dos fascistas sequer sabe o que isso significa, contudo se mostra afinado com vários outros que apresentam a mesma conduta, o mesmo discurso ou comportamento de intolerância.
O termo fascismo vem de fascio littoro cujo significado é feixe, o que dá a idéia de unidade; o feixe que envolvia um machado foi um dos primeiros símbolos do fascismo.
O nascimento do fascismo se deu a partir da Primeira Guerra Mundial, mais especificamente em 1919 na Itália sob a liderança de Benito Mussolini; mas o Partido fascista surge em 1921. Esse movimento reúne adeptos de várias tendências como: anti-esquerdistas, nacionalistas, contra-revolucionários, ex-combatentes e desempregados.
As características centrais do fascismo são: Defesa do Estado totalitário- controle máximo da vida individual e nacional; autoritarismo, Nacionalismo acima de tudo; Expansionismo como necessidade básica da nação; Militarismo; Anticomunismo; corporativismo e visão hierárquica da sociedade.
O discurso fascista se alimenta da ignorância da maioria e do medo inerente ao ser humano, o que por sua vez favorece um comportamento de manada diante de determinadas situações conjunturais.
É preciso ter muito cuidado diante do discurso que “tudo é farinha do mesmo saco”, que “nenhum político presta”. Isso é típico de fascismo, pois quando alguém defende a idéia de que nada presta, que ninguém presta, nenhum político presta, ou coisa do tipo, logo se abre espaço para aventureiros que se destacam como lideranças diante de uma manada que não sabe para onde vai; e é exatamente isso que vivemos na atual realidade brasileira.
Um político fascista sequer se coloca como político, mas sim como alguém capaz de resolver a situação que se apresenta; se colocam como empresários, administradores ou simplesmente uma “pessoa do bem”. No fundo tudo não passa de uma farsa para atrair a manada ignorante.
Em um país em que poucos lêem e que a educação formal prioriza o tecnicismo e impede a crítica e a reflexão tem-se, portanto como conseqüência, um terreno aberto para o fascismo.
Muitas pessoas engrossam o discurso fascista sem se darem conta do que fazem e sem perceberem que são usadas.
Os fascistas se consideram Cidadãos de bem e gostam muito de falar em Deus, em Pátria e em família, mas ao mesmo tempo são agressivos e estão dispostos até mesmo a eliminar aqueles que consideram seus inimigos. Por isso perseguem, espancam, torturam, caluniam e condenam à revelia de provas.
Durante a escalada fascista na Itália seus adeptos organizavam-se em Milícias fascistas ou Camisas Negras, as quais tinham como principais atividades atacar sindicatos, grevistas, jornais e movimentos políticos, intelectuais críticos, membros das ligas camponesas ou qualquer pessoa que se colocasse contrária ao fascismo.
Os Camisas Negras tinham o apoio da burguesia e perseguiam os trabalhadores e suas organizações; há casos que espancavam pessoas até a morte.
No Brasil o fascismo teve como principal representante Plínio Salgado que em 1930 organizou o Movimento Integralista, mais conhecido como Ação Integralista brasileira. Sua principal função era eliminar a esquerda.
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