Nas ruas de Gurupi o fator idade dos candidatos divide opiniões de eleitores numa situação conflitante devido a boa parte de políticos tradicionais perderam o poder de controle de doutrinação de eleitores, enquanto alguns novos nomes tentam fazer a cabeça da “massa votante”, mas com práticas semelhantes.
por Wesley Silas
A situação de boa parte dos nomes que estão dispostos a disputar a eleição a prefeito em 2020 formado por maioria de jovens da política gurupiense é paradoxal ao que se defende o rompimento da velha falida política (pão circo).
Não trata de estigmatizar com rótulos; mas, como diz a música do poeta Cazuza “O Tempo não Pára”, o que se vê hoje em Gurupi é o risco do “futuro repetir o passado. […]” e a pós-eleição de 2020 se tornar “um museu de grandes novidades”, diante ao pouco conteúdo ideológico voltado à justiça e à igualdade social, singularidade especial numa democracia de proteção a sociedade.
Rompimento com o tradicional
O começo do rompimento entre a política tradicional e nova política começou quando o atual governador Mauro Carlesse (ex-PV hoje DEM) enfrentou grupos tradicional da política nas eleições de 2012 e na sua estreia política perdeu por apenas 5.6 mil votos do experiente prefeito Laurez Moreira (PSB hoje PSDB).
Já a juventude entrou na disputa nas eleições de 2016 e a diferença entre o prefeito Laurez Moreira (PSDB) e o jovem Walter Júnior (ex-PSDB hoje MDB) na eleição em ele teve o jovem Gleydson Nato (PHS) como vice diminuiu para 2,84%, diferença de 1.137 votos. Imaturidades e erros como a frase “do capeta Chinês” explorada durante a campanha ajudou o experiente Laurez a vencer a eleição.
Nas eleições seguinte (2018) surge a consolidação do nome de deputado Mauro Carlesse um nome novo na política de Gurupi que, depois de se eleger presidente da Assembleia Legislativa, se tornou o primeiro governador do Tocantins da região sul, consolidou também o nome do empresário Oswaldo Stival (PSDB) na política, apesar da derrota como vice do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB); mas, a pior derrota foi a da deputada Josi Nunes (ex-MDB hoje PROS), onde as urnas mostraram insatisfação do eleitor com políticos tradicionais; enquanto isso, aflorou novos corpos, até então, estranhos na política, alguns deles se tornaram suplentes e agora aproveitam o vácuo se lançando como pré-candidatos a prefeito em 2020.
Muitos nomes para uma vaga
Os suplentes de deputados Gleydson Nato (PHS), Gutierres Torquato (PSDB), vereador Eduardo Fortes (PSDB), Edinho Fernandes (PROS) e o vereador líder da oposição Sargento Jenilson (PRTB), dentre estes novos o mais experiente é o ex-vereador Kita Maciel (ex-MDB, hoje PSB) são os nomes mais recentes experimentados nas urnas que pretendem entrar na disputa. Tem também os que não disputaram em 2018, como o ex-vereador Walter Júnior (MDB) que terá o desafio de unir a tradição da sigla que resiste em mudança na direção do partido; Pedro Dias (PV), depois de apoiar a deputada Dulce Miranda (MDB) agora busca formar um novo grupo, o empresário Adailton Fonseca tem sido um dos maiores críticos as gestões municipal (Laurez Moreira) e estadual (Mauro Carlesse) e, em seu discurso, tenta emplacar discurso de sangue empresarial na artéria política, o empresário e aliado do governador Mauro Carlesse, Pedro Paulo (PHS) e o médico Maurício Nauar (PDT). Pretendem também disputar o cargo de prefeito os vereadores Valdônio Rodrigues (PSB), Wendel Gomides (PDT), Ivanilson (MDB) e o PT também sinaliza lançar um nome. Enfim, todos estes nomes querem chegar ao poder, enquanto alguns sinalizam que não irão abrir candidatura, outros querem receber convite para ser vice ou garantir uma eleição a vereador.
Afunilamento
Agora, enquanto muitos sonham, há sinais que os palanques das eleições de 2018 foram desmontados pelos prefeito Laurez Moreira e pelo Governador Mauro Carlesse (DEM) e em 2020 poderão caminhar juntos. Enquanto o governador Mauro Carlesse conta com a experiência do chefe de Gabinete Divino Allan com projetos que o levaram a chegar ao governo e agora segue no caminho do desafio de executá-los. Em Gurupi Laurez em seu segundo mandato tem conseguido encaixar uma gestão enxuta, soube buscar recursos em Brasília (DF) com obras na saúde, educação e na infraestrutura que colocar sua gestão em destaque no Estado, mas, como um bom jogador que é, deverá anunciar o seu candidato somente nas vésperas das convenções depois de muitas conversas com olho nas eleições de 2022, envolvendo vários grupos, não só em Gurupi, mas no governo Estadual e lideranças da bancada federal em Brasília. Enquanto isso, muitas parcerias precisam ser concretizadas entre os governos Estadual, Federal e Municipal. Todas elas envolvendo importantes obras estruturais que há décadas os gurupienses esperam para que no dia da eleição não repita mais uma vez a precariedade de velhos discurso “genias” de apontar dedos em palanques.
O eleitor de olho nos novos
Apesar de estarmos longe das eleições, há vários sinais de campanhas montadas por jovens “da nova política” que aproveitam a deterioração da família para voltar à antiga política do “pão e circo”. Infelizmente, alguns estão mostrando que ser jovem não representa inovação da política; mas, o retorno de explorações esdrúxulas de heroicidade às custas das misérias alheias sem nenhuma proposta de programa de restauração da dignidade das pessoas, prejudicando o discurso modernizador de novas cabeças, de gente nova e diferentes para não fazer parte num futuro próximo de um “museu de grandes novidades”.