Da redação
O Ministério Público do Tocantins investiga se a deputada estadual Janad Valcari (PL), ex-empresária dos Barões da Pisadinha, usou os shows da banda para um esquema de enriquecimento ilícito.
Janad assinou, como empresária dos músicos, contratos para receber R$ 1 milhão em verbas públicas de três cidades que contrataram shows em 2023: Rio dos Bois, Porto Nacional e Ponte Alta do Tocantins.
Em 2024, ela enviou R$ 965 mil em emendas para estas mesmas três cidades.
Entre os contratos mencionados nos autos estão eventos realizados em cidades como Porto Nacional, Tupiratins, Almas, e Palmas, com valores que variam de R$ 45.000 a R$ 400.000. A investigação também aponta para aquisições de cotas na empresa pelos familiares da deputada, bem como a utilização de dispensas de licitação.
A legislação citada no documento estabelece que agentes públicos não podem se beneficiar direta ou indiretamente de contratos com entes públicos enquanto estiverem no exercício de seus mandatos, o que levanta sérias questões éticas e legais sobre o caso em questão.
A Promotoria solicitou diligências que incluem a obtenção de documentos das emendas parlamentares da deputada, além de informações detalhadas sobre os contratos firmados pela empresa investigada com os municípios mencionados.
Na última sexta-feira, 12, Janad Valcari divulgou uma nota para negar o uso de seu mandato para favorecer a Banda Barões da Pisadinha, empreendimento de sua família. O texto foi divulgado após uma matéria ser publicada pelo site O Antagonista, na qual é informado que o Ministério Público Estadual do Tocantins (MPTO), por meio de processo preliminar, abriu investigação para apurar suposto desvio de verbas públicas envolvendo a Barões da Pisadinha e Janad Valcari, empresária do grupo.
Conforme a deputada e pré-candidata, a Barões da Pisadinha é um empreendimento familiar que existe antes mesmo dela entrar para a política. Ela destaca que o sucesso da banda rende contratos privados e públicos e afirma não existir nenhum processo de favorecimento da parte dela para a contratação do grupo. A pré-candidata afirma que as denúncias à imprensa e à justiça têm a clara intenção eleitoral e que não têm potencial de se transformar num processo.