por Wesley Silas
Sem sombra de dúvidas, estas eleições criou uma ponte no abismo, até então, intransponível, na elite da política tocantinense. Figuras como o ex-deputado estadual e federal, Antônio Jorge, que conseguiu na sua cidade, Taguatinga, sudeste do Tocantins, apenas 152 votos; mostra que os eleitores resolveram optar por mudanças.
Esta queda de político tradicionais repetiu em todo estado e deixou vários exemplos como o do ex-deputado Manoel de Queiroz (antes PT e hoje PL) derrotado também nas eleições deste ano, o da senadora Kátia Abreu (PP), a derrota de Irajá Abreu (PSD) que no fechar das urnas conseguiu apenas 6,61% dos votos do tocantinenses e do ex-governador e líder emedebista, Marcelo Miranda e da sua esposa, deputada federal Dulce Miranda; do médico, ex-prefeito de Paraíso e ex-deputado estadual e federal Hider Alencar (UB); do ex-prefeito de Presidente Kennedy, ex-deputado estadual por três mandatos, ex-deputado federal e vice-governador do Estado do Tocantins na época de Siqueira Campos, João Oliveira, que neste ano perdeu a eleição pelo Cidadania para deputado estadual com apenas 4.495 votos e a emblemática despedida de Eduardo Siqueira (UB) da política.
Esta decepção com a tradicional política do Tocantins acontece em um momento frágil de pobreza no debate político com disputas de narrativas de pouca sustentação, levando assim, à necessidade, de agora para frente, decifrar o enigma do jogo do poder, no momento em que o eleitor tenta ser a variante determinante para deixar de ser residual neste processo do teatro da indústria eleitoral.
Novas lideranças
É obvio que os espaços estão para serem ocupados. Nesta premissa, os eleitores estão redescobrindo novos nomes. Entre eles, os que disputaram nestas eleições como o jovem deputado, Léo Barbosa (Republicano) que passou a ser o deputado mais votado na história do Tocantins, a presidente da Câmara de Palmas, Professora Janad Valcari (PL) ao conseguir se eleger deputada estadual com a segunda maior votação no Estado (31.587 votos) e melhor votação em Palmas (13.444), mais do dobro de Eduardo Mantoan (PSDB), esposo da prefeita Cinthia Ribeiro que teve na Capital 9.135 votos.
Em Gurupi, Eduardo Fortes se consolida como nova liderança
Na região sul, o destaque do momento é o nome do empresário Eduardo Fortes (PSD), do grupo Stival, que se elegeu com 15.466 votos e conseguiu, apenas em Gurupi, 10.431 votos, equivalente a 24,13% dos votos válidos, seguido pelo vice-prefeito Gleydson Nato (PL) que não se elegeu, apesar de ter conseguido 4.199 votos na Capital da Amizade, o terceiro melhor votado foi o deputado estadual Gutierres Torquato (PDT) que teve no estado 9.865 votos e em Gurupi alcançou 9,48% votos válidos, representando 4.099 votos e o médico e ex-vereador Dr. Maurício, que teve 8,09% equivalente a 3.497 votos, apenas e Gurupi.
Em Formoso Guilherme Gama surge como uma nova liderança para 2024
A eleição deste ano pode ser considerada como um indicativo para as eleições municipais de 2024. Em Formoso do Araguaia, o advogado Gilherme Gama (PDT) surpreendeu com 5.289 votos para deputado estadual, abocanhando na Capital da Irrigação 35% dos votos, equivalente a 3.525 votos; superando o experiente candidato a deputado federal, Ronison Parente (MDB) que teve no geral teve 4.016 votos e em Formoso Parente alcançando 22,81% dos votos válidos, equivalente 2.366 votos. Nas eleições de 2020, Heno Rodrigues foi eleito com 38,16% dos votos. Foram 3.917 votos no total.
Eleitor de Peixe não seguiu seus líderes
Em Peixe a senadora Kátia Abreu (PP) com apoio dos ex-prefeitos José Augusto e Nilo Roberto e do atual prefeito Cezinha (MDB) ficou na terceira posição com 1.169 votos; enquanto os eleitores deram preferência para professora Dorinha (UB) que saiu vitoriosa com 1.206 votos, seguida por Ataídes Oliveira (PROS) com 1.199 votos. “A conclusão que eu tiro nesta eleição é que devemos dar espaço para o surgimento de novas lideranças em Peixe nas eleições municipais de 2024”, refletiu um dos líderes de Peixe.