Por Wesley Silas
Nunca se viu na história política do Tocantins tantos arranjos de candidatos das chapas proporcionais (deputado federal e estadual) com candidatos ao senado de grupos rivais como acontece na eleição deste ano. Neste cenário em que a polaridade nacional entre Bolsonaristas e Lulistas, mesmo tendo 12 candidatos à presidência da república; o Tocantins não conseguiu emplacar o mesmo sentimento nesta eleição com 12 candidatos ao senado e 08 candidatos ao governo; alguns deles seguem correntes ideológicas extremas como são os casos do candidato ao governo entre o coronel aviador Ricardo Macedo (PMB), 57 anos, que tem na vice o pastor Geldes com visões conservadoras – protetiva da ordem social existente – e o da advogada de 41 anos, Karol Chaves (PSOL), especialista em direitos das mulheres e pessoas LGBTQIA+ e tem na vice o eletricista Silvio de Sousa (PSOL), de 50 anos com visões liberais – progressista.
Polêmicas mostram que “Ninguém é de ninguém”
Cada eleição tem sua história, mas se levar em conta as últimas mostram que o eleitor deixou de estar tão disciplinado como era antes. Nas eleições de 2018 com apoio de igrejas e de líderes tradicionais da política tocantinense, o novato Mauro Carlesse (hoje Agir) venceu a eleição suplementar por um placar vergonhoso para o ex-senador Vicentinho Alves e Carlos Amastha. Em agosto de 2018, os gurupienses deram crédito ao candidato Mauro Carlesse que obteve 57% dos votos válidos, mais do dobro de votos do segundo colocado, Carlos Amastha com 20,67%. Enquanto, o segundo colocado no Estado, Vicentinho Alves (PR), mesmo tendo apoio de lideranças como a então deputada e hoje prefeita, Josi Nunes, vereadores do MDB, como Walter Júnior (MDB) e algumas igrejas evangélicas, conseguiu a votação de vereador ao contabilizar nas urnas, apenas 1.470 votos dos gurupienses no primeiro turno da eleição suplementar. Outro exemplo clássico foi mostrado nas eleições de 2014, quando o candidato Sandoval Cardoso, com apoio do ex-governador Siqueira Campos, perdeu a eleição mesmo tendo em seu exército o ex-deputado estadual Ângelo Agnolin como vice, o ex-prefeito Laurez Moreira, o senador Eduardo Gomes e 117 prefeitos, conforme mostra a postagem do ex-prefeito de Formoso, Wagner da Gráfica nas lembranças da sua rede social. Mesmo assim, Sandoval perdeu a eleição no primeiro turno para o ex-governador Marcelo Miranda que teve 51,30% dos votos, contra 44,72% de Sandoval e 3,5% do então senador Ataídes.
Nestas eleições não é diferente, conforme foi mostrado nesta semana começou a revoada de prefeitos e deputados neste novo cenário com 12 candidatos ao senado e 08 candidatos ao governo, novo mesmo são as candidaturas independentes ao senado, coisa que nunca aconteceu na política tocantinense, como são os casos de nomes de peso como a senadora Kátia Abreu (PP) que busca sua reeleição, o ex-governador Mauro Carlesse (Agir) e do ex-senador Ataídes Oliveira (PROS), que circulam livremente com apoio de líderes das principais majoritárias, mesmo elas tendo seus candidatos ao senado.
Revoada e o voto de cabresto
Mais uma vez, as guerras entre grupos rivais, mostram que não há fidelidade entre as lideranças responsáveis pelo desafio da transferência de votos, ou seja, o voto de cabresto. O exemplo mais recente foi o imbróglio envolvendo os candidatos Irajá Abreu (PSD) e o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), com denúncias de Fake News envolvendo mudanças de posicionamentos de prefeitos que resultou em uma representação na Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins em que Irajá acusa o governador de abuso de poder político para segurar prefeitos do partido de Irajá.
A representação acontece após Irajá ser acusados de divulgação de Fake News pela equipe do governador e candidato a reeleição, Wanderlei Barbosa (Republicanos) sobre apoios dos prefeitos Caseara, Ildislene Santana (PSD); de Pequizeiro, Jocélio Nobre (PSD); e de Paranã, Fábio da Farmácia (PSD).