A deputada Josi Nunes (MDB) alega que depois que votou contra financiamento privado das campanhas, não ter comparecido na votação de autorização para a abertura de processo contra presidente da República e ter manifestado contra a reforma da previdência, criou-se distanciamento e animosidade entre ela e o partido. “Se o partido não me aceita e não me valoriza não terei condições de colocar a minha candidatura”, considerou a deputada.
por Wesley Silas
Com mais uma crise em Brasília, o MDB do Tocantins poderá ter uma baixa no Congresso Nacional. Em entrevista ao Portal Atitude a deputada Federal Josi Nunes (MDB) afirmou que, “apesar da sua paixão pela sigla”, ela tem pensado seriamente em transferir para outro partido.
“Ainda não temos nenhum partido e não tomarei nenhuma decisão sem antes conversar com o governador”, disse.
Os motivos são as votações da deputada contra algumas matérias de interesso do governo na Câmara Federal, conforme a reportagem citou acima.
“Este mandato está sendo muito difícil, devido eu não seguir o comportamento que o MDB Nacional desejava que eu tivesse no Congresso em relação a algumas matérias eu não aprovei. Isso criou um certo conflito na minha relação com o MDB nacional, mas, deixo claro que não tenho nenhum problema com o MDB estadual”, disse a parlamentar.
Apesar de ser aliada do governador Marcelo Miranda no Tocantins, em Brasília a deputada teme não ter apoio dentro do partido nas eleições deste ano.
“A partido, infelizmente nunca deu a contribuição para nenhum candidato no Tocantins e no Brasil e, se deu foi uma ajuda muito pequena e agora tudo depende do partido”, disse.
A deputada alega que as retaliações do partido são os principais os motivos da insatisfação dela.
“Eu votei contra o fundo privado, votei contra porque acho que não deve ter financiamento privado; mas como tudo passa pelo partido e se o partido não me valoriza na Câmara dos Deputados, nas Comissões, no trabalho parlamentar e no processo eleitoral, tudo isso são coisas que tem me deixado revoltada. São questões que já coloque para o governador e estamos conversando com o partido para que não aconteça nenhuma retaliação e, a minha preocupação é esta”, disse a deputada.
“Eles já deram declaração que iam retaliar devido minha manifestação na Câmara dos Deputados contra a reforma da previdência e isso criou uma animosidade. O fato de eu não ter ido votar na denúncia do Temer também criou animosidade, assim como eu ter votado contra a terceirização. Foram algumas votações que criou um constrangimento na minha relação com o MDB nacional. Preciso analisar tudo isso”, considerou.
Apesar dos sinais de retaliação da sigla, a deputada busca garantias para não ficar isolada no partido.
“Fui deixada um pouquinho de lado a nível de Brasília e preciso de garantias porque tudo agora depende da posição partidária. Se o partido não me aceita e não me valoriza não terei condições de colocar a minha candidatura pelo MDB. Sempre fiz campanha com recursos próprio e continuarei a fazer do mesmo jeito, apesar de ser muito sacrificante e sofrido a forma que a gente tem enfrentando as eleições. É um processo que deve mudar porque induz muitos procurem a corrupção para poder dar sustentação ao seu trabalho. No meu caso, tenho feito muito com recurso próprio, mas chega ao ponto que não dá mais e eu e minha mãe não temos mais condições de fazer o que já fizemos no passado onde a maioria do financiamento das nossas campanhas foram com recursos próprios e com isso sacrificamos a nossa minha família, mas agora chega porque já demos a nossa contribuição e o partido que nós estivermos tem que nos valorizar”, desabafou a deputada. Ela afirmou que antes de tomar qualquer definição irá conversar com o governador Marcelo Miranda.
São dúvidas, mas não existe nada definido e eu não tomo nenhuma decisão sem sentar na mesa com o governador.