A mãe, Valeria Lopes Ferreira, acusa o Hospital Municipal Hermínio de Azevedo Coelho, em Formoso do Araguaia, de omissão no caso da morte da criança João Lukas Lopes de Sousa, quando tinha 02 meses e 27 dias. “Ele [médico] alegou que o problema do meu filho era gases e simplesmente foi este o diagnostico que ele deu”, denúncia a mãe ao relatar o caso do filho que esteve no hospital em Formoso e foi a óbito no mesmo dia no Hospital Regional de Gurupi.
por Wesley Silas
A mãe, Valeria Lopes Ferreira, relatou ao Portal Atitude que o episódio iniciou por volta das 15h da quarta-feira (08/06/2016), e que seu filho João Lukas, até então, era uma criança sadia e nunca havia adoecido, mas, naquela dia começou a chorar muito apresentando cólicas e ela o levou para ser consultado no hospital Municipal de Formoso.
“Ele nunca tinha das uma febre e nem gripe. Cheguei com ele no hospital e ele chorava muito. Fiz a triagem logo fui chamada, pois só tinha eu e meu bebê na sala de espera. Naquela ocasião uma mulher colocou o termômetro no meu filho e o médico nos mandou entrar no consultório, enquanto meu filho continuava chorando. Em seguida, ele olhou para meu filho e perguntou o que havia acontecido: Eu disse que não sabia, pois ele estava chorando e não sabia explicar. Ele pediu que eu o deitasse na maca e, em seguida disse que o problema do meu filho era gases preso e que eu procurasse um outro medico na próxima quarta-feira para marcar uma consulta, enquanto o meu filho estava se acabando de chorar”, relatou a mãe.
De acordo com a mãe, o médico que atendera seu filho seria Dr. Gustavo Zelmer Nunes e, segundo ela, durante a consulta ela teria afirmado ao médico que seu filho não tinha problemas com gazes, conforme o médico diagnosticou, sem ao menos pedir um exame clínico.
“Ele [o médico] repetiu dizendo que era este o problema – dai então me mandou para casa e, no momento em que saía do hospital com meu filho chorando, uma enfermeira me chamou e disse que o médico havia passado um remédio e ela mesmo aplicou que foi uma dosagem de Luftal e de dipirona injetada intra-muscular, enquanto meu filho chorava gritava de tanta dor e retornamos para casa às 15h 12min”, relata.
A mãe relatou ainda que com o efeito da medicação a criança se acalmou e começou a desfalecer.
“O meu filho parou de chorar, amoleceu o corpo e ficou só revirando os olhos e desmaiando. Com pressa, retornei para o hospital, às 15h:45min., como o meu filho praticamente falecendo. Entramos de porta a dentro quando o medico viu perguntou o motivo da volta e, quando ele olhou o estado em que se encontrava meu filho, eu falei que não tinha explicação e só poderia ter sido o medicamento. Ele alegou que o medicamento era para passar a febre, mais ele não tinha febre, dai exigimos o encaminhamento para Gurupi e ele agilizou e chegamos no Gurupi por volta das 17hrs e o meu filho faleceu às 18h:20min. Foi tudo muito rápido e o medico do Gurupi alegou que o bebê chegou muito ruim não conseguiram reanimá-lo e o laudo do medico apontou que foi insuficiência respiratória”, relatou a mãe.
Atendendo o contraditório, o Portal Atitude ouviu o médico, Dr. Gustavo Zelmer Nunes, que afirmou que o bebê chegou no Hospital Municipal de Formoso do Araguaia com cólicas, com febre, tossindo e apresentando sinais de cansaço.
“Ela veio, fez a medicação, deixamos em observação e a temperatura abaixou porque ela estava com febre e 10 minutos depois eles voltaram dizendo que a tosse não passava e estava bem cansadinha e daí eu mandei para Gurupi”, disse o médico.
De acordo com o médico, a medicação não influenciou na piora do estado de saúde da criança.
“A medicação não causou nada de grave nela e ela já vinha debilitadazinha, não melhorou e nós encaminhamos para Gurupi e chegando lá eles a entubaram porque ela não respondia a medicação e não conseguiram reanimá-la. Não teve medicação errada e nem omissão. Se você quiser pegar o lado vocês podem pegar”, alegou o médico.
Já o Hospital Regional de Gurupi, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), afirmou que o paciente deu entrada no hospital Regional em estado gravíssimo e com relatos de febre acompanhado de tosse e vômitos.
“Ao chegar à unidade, o paciente foi para a sala de imergência onde foi entubado e recebeu o tratamento adequado para seu estado de saúde, mas não resistiu. O paciente foi a óbito após várias tentativas de ressuscitação feitas pela equipe médica”, aponta a nota da Sesau.
Segundo a mãe da criança, o caso foi denunciado na Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia que irá apurar se houve negligência médica na morte do bebê.