Por Wesley Silas
Ao lembrar a introdução do Trio Elétrico em Gurupi, no primeiro ano de gestão do ex-prefeito, Jacinto Nunes, Jonas Barros – considerado um dos fundadores do Pessoal do Aló, bloco criado em 1981, lembra que o nome foi inspirado na música de Moraes Moreira e tinha como marca a imagem de um frasco de laça perfume na camiseta.
“Era um bloco formado por estudantes universitários gurupienses que moravam em diversas cidades universitárias do Brasil. Nas férias eles se reuniam no período do carnaval de forma irreverente. Era um grupo de jovens inconformados com a realidade da época no Brasil durante o Regime Militar. Para ter uma noção, eu morava em Porto Alegre e o Domingos Aguiar dos Santos, o Dugão, morava em São Luiz. Foi quando compusemos uma marchinhas de carnaval satirizando a um bloco afortunado que brincavam o Carnaval na Avenida Goiás em carrocerias de camionetes”, lembra Jonas Barros, o Cancão.
Passados 40 anos a letra (leia abaixo) será musicalidade e adaptada no Carnaval de 2023 pelos músicos e compositores Chico Chokolate e Paulo Albuquerque.
É nisso que me amarro, é nisso que me amarro, ano que vem vou comprar um carro
Brincar o Carnaval em cima de um carro, é nisso que me amarro, é nisso que me amarro,
Brincar o Carnaval no asfalto pega mal, é nisso que me amarro… é nisso que me amarro…
“O carnaval de Gurupi tinha como principal atração os desfiles das escolas de sambas, com a sua rivalidade, ali os integrantes das escolas com suas alegorias, batucadas e fantasias faziam o espetáculo e o povo aplaudia; mas, nos anos dourados de 80, movido por uma juventude revoltada com o regime da época “Ditadura Militar”, que vinha fazendo arrastão e contrariando valores, quebrando tradição, e com o surgimento do Trio Elétrico “Albatroz” genuinamente gurupiense, e sua guitarra baiana fazendo zoar no ouvido das pessoas, Gurupi muda completamente o estilo “carioca” de fazer carnaval com as belas escolas de samba, e embarca no ritmo da Bahia de Morais Moreira, seguido por vários blocos entre eles o lendário, “O Pessoal do Aló”, que com muita irreverência na tarde de domingo de carnaval deixa todos brancos com a poeira da maisena espalhada no trajeto do trio”.
Parte das lembranças de Jonas Barros podem ser conferidas no documentário “Gurupi Or Not Gurupi” do cineasta gurupiense Hélio de Brito produzido nos anos 80.
Título: “Gurupi Or Not Gurupi – 2016”.
Documentário de 25 minutos, para Televisão e Internet.
SINOPSE: A História do Carnaval de Gurupi, de Nego Baé aos dias atuais, passando por todos os Blocos e Escolas de Samba do passado, pelo Bar Boa Sorte e pelo Clube Recreativo Araguaia, contada pelos principais expoentes dessa tradição gurupiense.
Roteiro, Produção e Direção: Hélio Brito.