Não é segredo para ninguém que o esporte unido a cultura, lazer e arte, trabalhados de forma pedagógica, são ferramentas de inclusão social capazes de surtir bons efeitos na prevenção da violência e de doenças que causam prejuízos ao sistema de saúde pública.
Quando, recentemente, levantamos em um texto opinativo a necessidade da Unirg inovar para atuar mais no dia-a-dia dos gurupienes, a intenção não foi de cunho pejorativo; mas, de mostrar a força dos 16 cursos de graduação, dos 317 professores e dos 4.120 acadêmicos, conforme aponta o Balanço Social 2015, mostrado no livreto de quatro páginas, têm para transformar a vida de muitas pessoas, incluindo a formação acadêmica e, principalmente, a vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, que vivem próximas de áreas que seriam melhores aproveitadas, como é o caso de um grande espaço físico onde fica localizado o Ginásio Poliesportivo no Setor Malvinas, que já serviu como modelo de projetos de inclusão social e hoje boa parte encontra-se “entregue ás traças”.
“Antes tinha piscina e os idosos faziam atividades e era muito bom e com tudo limpo, mas depois secaram a piscina. Ainda lembro que antes eles aproveitavam a área com os meninos que jogavam bola. Com o passar do tempo, o alambrado caiu com o vendo e a chuva e agora, para piorar, os carroceiros jogam lixo e o local só cria mato. Recentemente eles colocaram os presos para limpar uma parte da área”, disse Valdeci Costa, 42 anos, empregada doméstica que moradora do Setor Vila Iris. “Eu e minha mãe moramos aqui desde que foi construído este ginásio ”, lembra a moradora da Rua L do setor Malvinas, hoje Vila Iris.
Com capacidade de acampar um grande projeto social, o espaço transformou em problemas de saúde e segurança para os moradores.
“A área total só foi limpa uma vez quando o exército esteve em Gurupi e fizeram acampamento. Quando eles fazem limpeza só fazem uma parte e deixa a outra parte suja. Tem uma parte que nós limpamos para plantar feijão”, disse a idosa, Maria Nazaré da Silva, 70 anos, que mora na vizinhança há mais de 30 anos.
Eliando Pereira da Silva, 22 anos, encontra-se desempregado e sem estudar, mas poderia usar a área para praticar alguma atividade esportiva ou curso de capacitação profissional para ocupar o tempo ocioso.
“Só pode jogar bola dentro da quadra que é pago por hora. Tinha um campinho de futebol e eles tiraram. Antes tinha balanço e brinquedos em um parquinho para o meninos brincar e eles tiraram tudo”, disse o jovem.
O aposentado da Embratel, Esdras Fonseca Moura, usa a quadra desativada para se exercitar com caminhada.
“O pior aqui é a falta de acessibilidade porque é tudo muito sujo e ainda temos dividir o espaço com os carros porque não tem área para caminhada”, disse.
O aposentado citou a importância do esporte na prevenção de doenças, pois segundo ele, os usuários poderiam ser orientados por profissionais qualificados.
“Acredito que quanto mais pessoas usarem esta área para esporte e lazer, menos doenças irão adquirir e, em contrapartida, irá gerar menos despesas para o poder público com saúde”, defendeu o aposentado que completou: “A nossa região está sendo muito castigada com a violência e se os governantes conseguir enxergar este espaço para ocupação dos adolescentes e jovens vai ser muito bom para toda sociedade”, concluiu.
Em nota, a assessoria de Comunicação da Unirg, afirmou que a instituição em parceria com a Secretaria de Infraestrutura do Município realizou uma limpeza externa da área.
“Mas falta conscientização da própria população dos arredores pois continua usando o local para despejar entulhos. Ele disse ainda que a limpeza interna do ginásio sempre ocorre e deverá acontecer novamente nos próximos dias”, disse.
A Fundação UnirG não informou que há alguma projeto de utilizar a totalidade da área, mas que utiliza apenas o Ginásio Poliesportivo.
“No ginásio são realizadas atividades esportivas acadêmicas do curso de Educação Física, envolvendo alunos de todos os cursos. Durante 24 horas, todos os dias, há presença de agentes de vigilância da Instituição no local”, aponta a nota.
Segue a nota na íntegra:
Para os questionamentos do Ginásio Poliesportivo localizado no Setor Malvinas, temos os seguintes esclarecimentos:
Estão sendo estudadas algumas propostas para o local e de acordo com o gerente financeiro da Fundação UnirG, Graciano Silva, a Instituição em parceria com a Secretaria de Infraestrutura do Município realizou na semana passada, uma limpeza externa na área do Ginásio Poliesportivo da UnirG. Mas falta conscientização da própria população dos arredores pois continua usando o local para despejar entulhos. Ele disse ainda que a limpeza interna do ginásio sempre ocorre e deverá acontecer novamente nos próximos dias.
No ginásio são realizadas atividades esportivas acadêmicas do curso de Educação Física, envolvendo alunos de todos os cursos. Durante 24 horas, todos os dias, há presença de agentes de vigilância da Instituição no local.
Juliana Machado
assessora de Comunicação da UnirG