Gil Correia
Prática que era usual há muitos anos, agora foi banida de vez. Os locutores, ao invés de se limitarem a usar o artificio para o que foram designados, como agradecer aos patrocinadores no intervalo e no final, abusavam. Agora não abusam mais. Turbinados ou não.
A imprensa agradeceu à proibição, que atrapalha e muito as transmissões e as entrevistas, antes, durante e após as partidas.
Mas ficou barato, como dizia, porque o time do Gurupi poderia ter perdido até três mandos de jogos e ai a coisa se complicaria de vez. A multa, embora faça falta aos “cofres” do time, vai ser pago com maior prazer.
A diretoria deveria cobrar do dono do carro de som. Afinal, quem falou mal e ofendeu o árbitro foi ele. Deixo minha proposta aqui, que ele doe ao clube exatamente a quantia que está sendo cobrada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Tocantins.
Claro que a multa foi agravada pela atitude do torcedor que ainda tentou ou bateu com uma sobrinha no carro do trio de arbitragem na saída do estádio , na partida Gurupi x Interporto. Mas mesmo assim, ficou barato.
Mais barato ainda ficou para o Guaraí, o conhecido Lobão, que foi multado na mesma sessão, em R$ 500, por injuria racial cometida por torcedores não identificados que chamaram o ala esquerdo do Interporto Alberto de “macaco, Vera Verão e Zeca Urubu”, na partida realizada em Guaraí, quatro dias depois do problema do carro de som em Gurupi.
A PM ainda foi até o local das ofensas, mas o corporativismo do torcedor, movido pela certeza da impunidade que reina no “quartel de Abrantes” e no Tocantins, impediu o reconhecimento e a prisão do ou dos autores.
O detalhe é que o presidente do clube, Airton Scheffler, afirmou para a mídia esportiva tocantinense, que não concorda com a multa, embora não vá recorrer. Deveria, ou perdeu a chance de ficar calado mais uma vez. É pagar e esquecer, porque o caso é tão grave, que independente da condição financeira do clube. Se fosse em outro estado, seria punido com o maior valor, no caso R$ 100 mil e afastado da competição, como fora o Grêmio, em 2014, na partida contra o Santos, quando o arqueiro santista, Aranha, também sofreu injúrias raciais.
E na arena gremista, a torcedora foi identificada. Em Guaraí, não foi. Se a mesma regra aplicada no sul do país fosse aplicada ao Guaraí, o time teria sido eliminado da competição. Mas não foi. Bom para o Guaraí. O clube. Mas ficou a mancha, a mácula, que vai arrastar a cidade por muitos anos pela lembrança negativa de um ou doisdesvairados, tresloucados, que no meio dos 200 torcedores achou de se achar.
Acredito que até o tresloucado torcedor, se arrependa hoje do gesto impensado, mas que deixou marcas profundas no agredido e também na história da cidade e do clube.
A diretoria não tem culpa. O clube não tem culpa, mas a regra é clara. Alguém responde por isso. E a lei esportiva diz que é o clube.
Deixo minha sugestão aqui também. Que a pessoa que se diz torcedor, deixe a ressaca passar e na covardia anônima, própria dos dementes, envie sem identificação, um envelope para a diretoria do clube, com os R$ 500 reais que o clube terá que pagar. E olha, que ficou barato. Muito barato. Baratíssimo. De graça.
– A multa foi pesada para um clube como o nosso que tem poucos recursos, mas não cabe recorrer. É vergonhoso nos dias de hoje acontecer algo assim, então não temos o que fazer. Lamentamos o ocorrido, pedimos desculpa ao atleta e ao Interporto e vamos continuar lutando contra isso – comentou o dirigente.
Na próxima rodada o Guaraí enfrenta o Palmas, líder da competição, no estádio Delfinão. A partida será no sábado (18), as 16h.