Ao longo da manhã, bandas musicais escolares, tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, veículos blindados, grupamentos motorizados e da cavalaria percorreram a Esplanada dos Ministérios. Também desfilou a pirâmide humana da Polícia Militar do Distrito Federal, com 30 homens. No encerramento, os aviões da Esquadrilha da Fumaça fizeram manobras e escreveram no céu “Somos todos Brasil”.
Manifestações e “Pixulecos”
Além do desfile, o 7 de Setembro teve manifestações marcadas pela diversidade de organizações e de posicionamentos.
Um grupo a favor da presidenta Dilma se reuniu em frente à Catedral de Brasília com bandeiras do PT, do Brasil e com faixas de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o término do desfile, eles percorreram os dois sentidos da Esplanada. “A pátria tem que ter a governabilidade em primeiro lugar, mesmo que haja divergência em alguns pontos”, destacou Fred Vasconcelos, da Central de Movimentos Populares. A estimativa dos organizadores e da Polícia Militar é que 200 pessoas tenham participado da manifestação pró-Dilma.
Parte do público também criticaram as barreiras de proteção usadas para separar a arquibancada oficial. Eles usavam colheres para bater nos tapumes metálicos que no domingo foram pichados com dizeres “Muro da Vergonha, Intervenção Militar Já e Art. 142 e 144 C.F”.
“Nunca vi tanta corrupção endêmica, uma vergonha um partido que sempre discursou contra isso ser mais corrupto que os outros”, disse Aldair Pereira Costa da Cunha ao jornal Correio Braziliense. Ela e o marido, Anestor Ferreira da Cunha e a filha Débora criticaram o “muro da vergonha” – os manifestantes batizaram assim a barreira de proteção que, de acordo com eles, neste ano foi maior do que nos anos anteriores.
Movimentos pelo fim da corrupção também marcaram presença. Eles criticaram o governo e inflaram dois bonecos gigantes da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diversas organizações como o Movimento Brasil Contra a Corrupção, o Movimento Limpa Brasil e o Movimento Brasil convocaram a população para participar da manifestação. “Pregamos o combate à corrupção em todos os níveis de governo, seja de que partido for. Queremos um Brasil melhor para nossos filhos netos”, disse o coordenador do Movimento Brasil Contra a Corrupção, Aldo Ferreira. Parte dos manifestantes desceu a Esplanada dos Ministérios após o fim do desfile. A estimativa da Polícia Militar é que mil pessoas tenham participado da manifestação. Para os organizadores, 15 mil pessoas estiveram nos protestos.
Nos carros de som, representantes dos movimentos contra o governo criticaram o uso de tapumes de alumínio que cercaram as arquibancadas. A Secretaria de Imprensa da Presidência informou que a estrutura usada este ano é a mesma adotada desde 2013 e a extensão dos tapumes segue a mesma metragem dos dois anos anteriores. Após o encerramento do desfile, um grupo de manifestantes derrubou uma parte do tapume e a polícia usou gás de pimenta para dispersá-los.