Com a efetivação do sequestro e bloqueio de valores, ordenado por juízes federais no Tocantins, estima-se que 70% da quantia desviada já foi recuperada.
A celeridade no trabalho da Justiça Federal no Tocantins (JFTO), durante a operação para desarticular uma organização criminosa acusada de fraudar a Mega-Sena, culminou na recuperação imediata de aproximadamente 70% do montante desviado. O juízo federal ordenou a efetivação do sequestro e bloqueio de valores nas contas investigadas.
A fraude, considerada o maior golpe registrado na história da Caixa Econômica Federal (CEF), foi realizada no final de 2013, e de acordo com os autos, a organização criminosa tem envolvidos nos estados do Tocantins, Goiás, Maranhão e São Paulo.
Após receber as denúncias, magistrados da JFTO em Palmas e da Subseção de Araguaína iniciaram, ainda em dezembro, a apreciação dos pedidos cíveis e criminais formulados pela Caixa Econômica Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal. As escutas telefônicas, realizadas com a autorização da Justiça Federal, ajudaram na identificação dos envolvidos.
Além do sequestro e bloqueio de valores, os magistrados decretaram a prisão preventiva de 5 suspeitos, ordenaram o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão, além de determinarem 1 condução coercitiva.
Entenda o caso
De acordo com os autos, os criminosos forjaram um bilhete da Mega-Sena com um prêmio no valor de R$ 73 milhões. No entanto, tanto o sorteio quanto o prêmio eram falsos.
Para receber o prêmio, em dezembro de 2013, integrantes do esquema realizaram a abertura de uma conta corrente, em nome de um ganhador fictício, numa agência da Caixa Econômica Federal em Tocantinópolis (TO).
Consta ainda que, após a liberação pelo gerente da agência, o pagamento do prêmio foi feito pela Caixa. Em seguida, a quantia foi transferida para várias contas.
A administração da Caixa, percebendo as irregularidades, solicitou esclarecimentos ao gerente da agência em Tocantinópolis, mas não obteve nenhum documento que comprovasse a legalidade do pagamento do referido prêmio. Após o fato, o próprio Banco ajuizou ações visando à recuperação dos valores, bem como comunicou a fraude à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.