A partir de janeiro de 2017 a igreja Assembleia de Deus, ministério de Madureira, presidida pelo pastor João Gomes da Cruz Feitosa, terá como representante na Câmara de Vereadores de Gurupi os vereadores Ivanilson Marinho (PMDB), Cláudio do Trevo (PSB) e Zezinho da Lafiche (PROS). Enquanto a Igreja Assembleia de Deus, ministério Restaurando Vidas, liderada pela pastora Esther Sepúlveda, terá o vereador Jaír da Prefeitura (PMDB), na Casa de Leis de Gurupi.
Os evangélicos serão representados por quatro vereadores, no universo de 13, contando com o presidente da Casa, que só vota em caso de empate (placar 6 x 6) podendo ser considerada como uma mostra do reflexo do crescimento do poder dos evangélicos, não só na economia,mas na política da cidade.
Certamente, a presença de representantes das igrejas evangélicas na Câmara de Gurupi dará mais ouvido aos interesses da igreja e, a partir de agora, não deixará repetir exemplos, como o acontecido na gestão do ex-prefeito Alexandre Abdalla, quando evangélicos da Assembleia de Deus se sentiram prejudicados com a retirada de uma área de lazer, que usavam para fazer orações, inclusive já com inicio de estrutura física, para a construção do Centro Olímpico de Gurupi, com a promessa de recompensa de outra áreas, que não foi cumprida.
No debate do feriado do Dia dos Evangélicos as igrejas também tiveram que aceitar passivamente, o último sábado do mês de setembro, enquanto a data é comemorada no País no dia 30 de novembro de cada ano. No entanto, o último Dia dos Evangélicos não foi divulgado nenhum evento das igrejas.
Polêmicas debatidas no cenário nacional também passam pelas Câmaras Municipais, principalmente os que envolvem as famílias e ameaçam os modelos tradicionais. Como exemplo recente, cito as propostas de mudanças no Plano Municipal de Educação referente “Ideologia de Gênero” e “Orientação Sexual” nas escolas. Como o exemplo da luta travada em 2015 em que, no cenário estadual, teve como protagonista o pastor e deputado, Eli Borges (PROS) e, em Gurupi, o vereador Ivanilson Marinho (PDB). Eles compraram a briga e conseguiram retirar dos Planos Estadual e Municipal, os temas “Ideologia de Gênero” e “Orientação Sexual”. São debates que seguirão em direção a polêmicas que envolvem direito ao aborto, liberação de drogas, homossexualidade…
A força da bancada evangélica na Câmara Municipal de Gurupi é um reflexo do crescimento das Igrejas Evangélicas, que seguem o exemplo nacional, mostrado desde a arquitetura do Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus que superou, em quatro vezes, o santuário católico de Nossa Senhora Aparecida, até mesmo em comparativo local e regional com a construção da Catedral da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Gurupi, ministério de Madureira, com capacidade para 7 mil pessoas, prometendo, em breve, ser o maior templo religioso da região norte do Brasil (confira o vídeo abaixo).
Tudo isso mostra paradoxo em que pesquisa (Hello Research/Época/2015) aponta queda dos católicos (57%), mas continuam sendo a maior religião do País, apesar dos avanços dos evangélicos (25% pentecostais e neopentecostais) e do crescimento de pessoas sem religião (12% da população brasileira). A mesma pesquisa aponta que “adeptos do espiritismo, umbanda ou que responderam ter outra religião possuem 2% cada. O candomblé e as demais crenças afro-brasileiras têm 1%”.
Mas, quando se trata de representatividade no poder político, os evangélicos souberam capitalizam o poder e, possuem no cenário nacional a maior bancada da sua história, sendo no Congresso Nacional com 75 deputados federais e três senadores, com participação, efetiva, na recente história do impeachment de presidente Dilma (PT). Como direitistas que são, agora são apoiado pelo atual presidente Michel Temer (PMDB) que chegou a defender durante posse dos seus ministro, ainda quando interino, conforme noticiou o jornal El País, em “fazer um “ato religioso com o Brasil” ou uma espécie de “religação” dos brasileiros com “valores fundamentais” da sociedade”.